Esta castanha brasileira é saborosa, mas poucos conhecem | VOCÊ CONHECE?

Sabe aqueles frutos que caem no chão e a gente simplesmente ignora?

Pois é. Durante anos, eu passava por uma árvore frondosa no quintal da minha madrinha e via aqueles frutos grandes, meio estranhos, caindo e se abrindo sozinhos no chão. De dentro, saíam sementes grandes e marrons — as tais castanhas — que ficavam ali jogadas, muitas vezes germinando sozinhas na terra úmida. Eu perguntava pra que serviam e sempre ouvia a mesma resposta: “Ah, isso aí é só pra fazer sabão”. E assim, por muito tempo, a curiosidade se calava.

Foto: Savyo Carvalho

Foi só recentemente, assistindo a um vídeo no YouTube, que descobri que aquele fruto tinha nome e, pasme: era comestível e saboroso! A tal da Pachira aquatica, conhecida por muitos nomes populares como monguba, castanha-do-maranhão, castanhola, mamorana, entre outros, é uma árvore nativa que pode ser uma surpresa deliciosa — literalmente.

Para que serve a monguba?

Além de ser usada como planta ornamental e para formação de cercas-vivas (por crescer rápido e ter copa densa), a monguba tem várias utilidades. Suas sementes — sim, aquelas castanhas ignoradas por muitos — são comestíveis e muito nutritivas. Também é comum que algumas comunidades utilizem outras partes da planta na produção de sabão artesanal.

A árvore é resistente, adapta-se bem a solos úmidos e tem valor paisagístico, sendo muitas vezes cultivada em áreas alagadiças ou à beira de rios e lagos.

Como consumir monguba?

A castanha da monguba pode ser consumida crua (menos comum), torrada ou cozida. No meu caso, depois de quebrar a casca com certo esforço, comi crua mesmo. Achei uma textura interessante e um sabor que lembra uma mistura de amendoim com castanha-do-pará, mas com um toque mais adocicado. É importante lembrar que, por ser rica em óleos, o consumo excessivo pode causar desconforto intestinal, como diarreia.

Há quem use a castanha em receitas locais, incorporando-a em farofas, bolos ou mesmo como tira-gosto. Ela também pode ser transformada em farinha, sendo mais um exemplo da incrível diversidade de alimentos nativos brasileiros que ainda são pouco explorados.

Foto: Viveiro Buriti

A monguba é comestível?

Sim! É totalmente comestível e ainda bastante nutritiva. Embora seja pouco conhecida fora das regiões onde cresce naturalmente, como o Norte e Nordeste do Brasil, a castanha da monguba tem um potencial alimentar enorme. Ainda falta divulgação e estudos mais amplos, mas é uma alternativa alimentar sustentável, local e saborosa.

No entanto, como acontece com muitos frutos nativos, é sempre bom experimentar com moderação e observar como seu corpo reage — especialmente se for a primeira vez.

Como se come monguba?

O primeiro passo é identificar o fruto. A “monga”, como é chamada em alguns lugares, se parece com uma cápsula grande, que abre quando amadurece e deixa as sementes visíveis. Você pode retirar a castanha e comer crua, mas muitos preferem assar ou torrar para realçar o sabor e facilitar a digestão.

Ela também pode ser cozida, o que a deixa mais macia. Há relatos de uso da castanha em pratos típicos regionais, embora ainda seja raro encontrar receitas elaboradas com ela fora do seu habitat natural.

Concluo dizendo que a castanha-do-maranhão ou monguba é mais uma joia escondida da nossa biodiversidade. Cresce aos montes, germina fácil, enche os olhos — e o chão — de frutos, mas ainda é subaproveitada. Talvez por desconhecimento, talvez por falta de incentivo à valorização daquilo que é nosso. O que é certo é que vale a pena experimentar. E quem sabe você também não se surpreende com o sabor daquela castanha que sempre esteve ali, ao alcance das mãos — ou dos pés.

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